Acessos vasculares para hemodiálise

A insuficiência renal crônica (IRC) é uma doença onde ocorre perda lenta e progressiva da capacidade de funcionamento dos rins. Essa perda de função dos rins leva a dificuldade na eliminação de líquidos do nosso corpo e acúmulo de substâncias que podem ser danosas ao nosso organismo, levando a sintomas diversos e com ameaça potencial à vida. A IRC tem várias causas sendo o diabetes e a hipertensão arterial sistêmica as principais.

Com o aumento da expectativa de vida e maior prevalência de doenças causadoras, a IRC vem aumentando sua incidência em nosso meio. Um dos tratamentos para pacientes com IRC terminal é a hemodiálise, procedimento onde o sangue  é retirado e filtrado em equipamentos que removem as substâncias nocivas e o excesso de líquidos, substituindo a função dos rins.

Para realização da hemodiálise é necessário um acesso vascular de grande fluxo, este permitindo retirada e devolução de sangue em grande quantidade. Para tanto opta-se pelo implante de cateteres de hemodiálise em veias centrais do tórax ou a confecção de fístulas arteriovenosas.

PACIENTE EM SESSÃO DE HEMODIÁLISE

– Cateteres de hemodiálise

As veias do tórax tem calibre e fluxo adequados para a realização de hemodiálise e nelas que são implantados os cateteres de hemodiálise. Os cateteres definitivos de hemodiálise (Split-cath®, Palindrome®, Permcath®, etc) são cateteres  semi-implantáveis (a porção externa do cateter fica exteriorizada através da pele), de longa permanência (podem permanecer por anos se bem cuidados e livres de complicação), compostos de duas vias para retirada e infusão sanguínea. Podem ser implantados com anestesia local apenas e a porção que contém os conectores é exteriorizada geralmente abaixo da clavícula.

CATETER DE HEMODIÁLISE

IMPLANTE DE CATETER DE HEMODIÁLISE

 

– Fístulas arteriovenosas 

As veias dos membros superiores não tem calibre ou fluxo adequados para realização da hemodiálise. A fístula arteriovenosa é um procedimento cirúrgico onde comunicamos uma veia do braço ou antebraço com uma artéria (vaso com maior pressão). Tal comunicação promove transferência de pressão da artéria para a veia que leva ao aumento de diâmetro, aumento de espessura e melhora do fluxo sanguíneo nessa veia, tornando-a adequada para punção e realização da hemodiálise. O procedimento pode ser feito com anestesia local e o tempo necessário para utilização da fístula é variável caso-a-caso. Em algumas situações os pacientes não possuem veias de calibre adequado para confecção da fístula ou as mesmas já foram exauridas por inúmeras punções e fístulas prévias. Nessas situações pode se lançar mão do uso de próteses plásticas para a confecção da fístula arteriovenosa de hemodiálise, popularmente chamadas de fístulas com prótese. As fístulas com prótese são procedimentos de maior porte e nessa situação as punções para retirada e devolução do sangue são feitas na própria prótese.


HEMODIÁLISE POR FÍSTULA ARTERIOVENOSA

FÍSTULA ARTERIOVENOSA

FÍSTULA ARTERIOVENOSA COM PRÓTESE